Teus lábios beijava, enquanto choravas
… o quanto me amas
Uma após a outra, lágrimas tuas sulcavam meu rosto…
Lágrimas de amor … sabor a desgosto
Paixão… vivida com dor
nascida e criada por grande amor
não sei que te diga, que te prove mais
não falo por vezes… sem ser por sinais
Tu sabes…sou homem nascido e habitado por vento
… mas teu amor… tu minha paixão
este é amor que nunca lamento
pois teu será... perpétuamente, meu coração
scorpio
Subindo a velha calçada
Brincando a caminho da escola
Velha estrada desgastada…
onde segue um menino travesso e estarola
Rota, onde dia após dia dá brilho aos seus sonhos
Divagando nas aventuras de garoto
Conciliando-as com seus momentos tristonhos
Tempos de ausência de alguém, que os passa por vezes meio absorto
Na rota da velha calçada conhece cada pedra como se fosse sua
Trata-as por tu pois todas reconhecem seus pequenos pés…
cadencia de seus passos … sua existência nua e crua…
lamentam vida com tanto invés
Pára, e vê um dos pórticos de seus sonhos…
a entrada do velho castelo, onde por habito dá asas a suas fantasias
imagina-se, soldado, valente guerreiro, mas dos mais bravos…
sobe, desce, vezes sem conta aquelas muralhas
olha e contínua, contrariado…
para a escola, a caminhar…
deixando seu desejo adiado
sua vontade de brincar
Depara-se, como em tantos dias… velho campo de Santa Clara
Num virar de cabeça repara e sorri, tem o rio em seu olhar
Maroto o menino de rua, que faz gazeta na escola pois o Tejo o tentara
Ele e o seu habitual companheiro, de cujo nome que já não consegue recordar
Sobem ao mercado, miram quem passa
E com o ar de toda a inocência, conseguem a peixeira enganar
Escapam, fogem á pressa
Ofegantes, correm, riem, descem ao rio para caranguejo pescar .
scorpio
a tristeza, não foi feita para homem
muitos, muitos a gostam de cantar
mas são numerosos os que ela faz chorar
tristeza, arvore seca e sem sémen
paginas e paginas recitando sentimento tal
homens que vagueiam em silencio, em pranto
agonizando em dor com este mal
tristeza vai embora, recolhe teu manto
scorpio
cão, sê apenas um cão
por mais humilhado que sejas
nunca te limites a trela que te colocam
solta teus latidos, liberta teu uivar
animal que na tua existência apenas buscas o direito de o ser
ladra como animal que és
não te escondas por detrás de um miar dissimulado
toma como teus os direitos da vida
sempre celebrando o puro prazer, quer é deveras usufrui-la
scorpio
uma lágrima solitária percorre seu rosto
o olhar… esse; busca na existência encontrar
qual o motivo de chorar
pois sente a contra gosto
o amor a resguardar-se
…lágrima gera lágrima
quando sente … sol a esconder-se
ou lê o amor, sem uma rima
scorpio